segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Celulite e tecido adiposo



Celulite e tecido adiposo
O tecido adiposo é o principal reservatório energético do organismo. Ocorre quase universalmente na superfície do corpo, entre o tecido fibroso e a pele; é constituído por células denominadas adipócitos, originadas dos lipoblastos. Os adipócitos são células especializadas no armazenamento de lipídeos na forma de triglicerídeos em seu citoplasma, sem que isto seja nocivo para sua integridade funcional.
            Os adipócitos possuem todas as enzimas e proteínas reguladoras necessárias para sintetizar ácidos graxos (lipogênese) e estocar triglicerídeos e, períodos em que a oferta de energia é abundante, e para mobilizá-lo pela lipólise quando há déficit calórico.
            O sistema nervoso autônomo tem controle direto sobre o tecido adiposo através de sues componentes simpáticos e parassimpáticos; o simpático relaciona-se com as ações catabólicas, como a lipólise mediada pelos receptores beta-adrenérgicos, e o parassimpático está envolvido com os efeitos anabólicos sobre os depósitos de gordura, como a captação de glicose e de ácidos graxos estimulada insulina, formando os triglicerídeos.
            Localizada principalmente embaixo da pele, hipoderme, o tecido adiposo modela a superfície do corpo e ajuda no isolamento térmico do corpo; em ser humano de peso normal, o tecido adiposo corresponde a até 25% de peso corporal nas mulheres e 20% nos homens.
            A lipodistrofia é definida como uma anormalidade do tecido adiposo, seja por diminuição – lipoatrofia, ou aumento – lipohipertrofia, ou ambos. A lipodistrofia ginoide (celulite) 0u hidrolipodistrofia, ocorre entre 80 a 90% da população feminina na adolescência e idade adulta jovem, aparecendo nas regiões da cintura pélvica, glúteos, membros inferiores e abdome.
            As formas clínicas da celulite podem ser classificadas como compacta ou dura, flácida, mista ou edematosa: compacta ou dura, a região atingida dificilmente apresenta deformações, é mais dolorida; flácida, forma mais importante e são comuns as associações com sensação de peso nos membros inferiores e varizes; mista, presença de mais de um tipo no mesmo paciente; edematosa, apresenta edema, está associada com linfoedema, tem o pior resultado.
            A hidrolipodistrofia ginoide dura dispõem de boa tonicidade muscular e tissular, são praticantes de exercícios físicos e que podem ter peso médio ou discretamente elevado; na apalpação, percebe-se a presença de micronódulos, dano a impressão de “grãos de chumbo”. O tratamento estético consiste em ultracavitação para melhorar a microcirculação local, drenagem linfática manual, mas, não é o enfoque do tratamento, visto que não há presença de edema; para melhorar a oxigenação do tecido e a nutrição local, é indicado a associação de massagem estética, a  cinta térmica e a plataforma vibratória; e para tratar os micronódulos adipocitários é indicado eletrolipoforese, que é um procedimento estético que foi desenvolvido para diminuir a celulite e os depósitos de gordura sob a pele. Segundo profissionais que trabalham com o procedimento, a eletrolipoforese é uma maneira prática de queimar gordura localizada utilizando somente correntes elétricas de baixa voltagem, que em tese não deveriam causar desconforto.
            A Hidrolipodistrofia Ginóide Flácida é a forma clínica de maior incidência; manifesta em mulheres com hipotonia muscular, sedentária, naquelas que apresentam efeito “sanfona” ou que perderam peso muito rapidamente, e também, em mulheres com mais de 30 anos de idade. Na palpação, a mobilização do tecido é sem maiores resistência, tem-se a impressão de moldar uma massa; e o edema é um achado clínico bastante frequente. Como tratamento estético temos, além dos relatados anteriormente, a drenagem linfática, para tratar o edema e o acúmulo de metabólitos, podendo ser um dos enfoques terapêuticos, já que o edema é um achado clínico frequente neste tipo de transtorno.
            A Hidrolipodistrofia Ginoide Edematosa acomete tantos mulheres jovens quanto adultas, com ou sem alterações de peso. Manifesta-se, quase que exclusivamente, nos membros inferiores. Não apresenta consistência típica, podendo ser firme ou flácida; ao exame de palpação, percebem-se placas rígidas, pressão dos tecidos superficiais e aspecto enrugado da pele. O tratamento estético pode ser o mesmo realizado para a hidrolipodistrofia ginoide  flácida, tendo também, como enfoque terapêutico a drenagem linfática.
            A nutrição tem um papel fundamental no manejo clínico da hidrolipodistrofia, com o uso de macronutrientes, micronutrientes, pigmentos vegetais e compostos difenólicos, atuando tanto nas causas, como nos agravantes de tal transtorno; mas, a conduta nutricional deve ser individual e especifica para cada caso, e portanto, procure um nutricionista habilitado em nutrição aplicada à estética para avaliar o quadro e nesta avaliação nutricional quantificar ou não a necessidade de suplementação, bem como considerar o aumento do consumo de alimentos ricos em fibras, probióticos e simbióticos, bioflavonoides, vitaminas B12 e B6, ácido fólico, triglicerídeos de cadeia média, fitoestrógenos e silício.
           

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