Celulite
e tecido adiposo
O tecido adiposo é o
principal reservatório energético do organismo. Ocorre quase universalmente na
superfície do corpo, entre o tecido fibroso e a pele; é constituído por células
denominadas adipócitos, originadas dos lipoblastos. Os adipócitos são células
especializadas no armazenamento de lipídeos na forma de triglicerídeos em seu
citoplasma, sem que isto seja nocivo para sua integridade funcional.
Os adipócitos possuem todas as
enzimas e proteínas reguladoras necessárias para sintetizar ácidos graxos
(lipogênese) e estocar triglicerídeos e, períodos em que a oferta de energia é
abundante, e para mobilizá-lo pela lipólise quando há déficit calórico.
O sistema nervoso autônomo tem
controle direto sobre o tecido adiposo através de sues componentes simpáticos e
parassimpáticos; o simpático relaciona-se com as ações catabólicas, como a
lipólise mediada pelos receptores beta-adrenérgicos, e o parassimpático está
envolvido com os efeitos anabólicos sobre os depósitos de gordura, como a
captação de glicose e de ácidos graxos estimulada insulina, formando os
triglicerídeos.
Localizada principalmente embaixo da
pele, hipoderme, o tecido adiposo modela a superfície do corpo e ajuda no
isolamento térmico do corpo; em ser humano de peso normal, o tecido adiposo
corresponde a até 25% de peso corporal nas mulheres e 20% nos homens.
A lipodistrofia é definida como uma
anormalidade do tecido adiposo, seja por diminuição – lipoatrofia, ou aumento –
lipohipertrofia, ou ambos. A lipodistrofia ginoide (celulite) 0u
hidrolipodistrofia, ocorre entre 80 a 90% da população feminina na adolescência
e idade adulta jovem, aparecendo nas regiões da cintura pélvica, glúteos,
membros inferiores e abdome.
As formas clínicas da celulite podem
ser classificadas como compacta ou dura, flácida, mista ou edematosa: compacta
ou dura, a região atingida dificilmente apresenta deformações, é mais dolorida;
flácida, forma mais importante e são comuns as associações com sensação de peso
nos membros inferiores e varizes; mista, presença de mais de um tipo no mesmo
paciente; edematosa, apresenta edema, está associada com linfoedema, tem o pior
resultado.
A hidrolipodistrofia ginoide dura
dispõem de boa tonicidade muscular e tissular, são praticantes de exercícios
físicos e que podem ter peso médio ou discretamente elevado; na apalpação,
percebe-se a presença de micronódulos, dano a impressão de “grãos de chumbo”. O
tratamento estético consiste em ultracavitação para melhorar a microcirculação
local, drenagem linfática manual, mas, não é o enfoque do tratamento, visto que
não há presença de edema; para melhorar a oxigenação do tecido e a nutrição
local, é indicado a associação de massagem estética, a cinta térmica e a plataforma vibratória; e
para tratar os micronódulos adipocitários é indicado eletrolipoforese, que é um
procedimento estético que foi desenvolvido para diminuir a celulite e os
depósitos de gordura sob a pele. Segundo profissionais que trabalham com o
procedimento, a eletrolipoforese é uma maneira prática de queimar gordura
localizada utilizando somente correntes elétricas de baixa voltagem, que em
tese não deveriam causar desconforto.
A Hidrolipodistrofia Ginóide Flácida
é a forma clínica de maior incidência; manifesta em mulheres com hipotonia
muscular, sedentária, naquelas que apresentam efeito “sanfona” ou que perderam
peso muito rapidamente, e também, em mulheres com mais de 30 anos de idade. Na
palpação, a mobilização do tecido é sem maiores resistência, tem-se a impressão
de moldar uma massa; e o edema é um achado clínico bastante frequente. Como
tratamento estético temos, além dos relatados anteriormente, a drenagem
linfática, para tratar o edema e o acúmulo de metabólitos, podendo ser um dos
enfoques terapêuticos, já que o edema é um achado clínico frequente neste tipo
de transtorno.
A Hidrolipodistrofia Ginoide
Edematosa acomete tantos mulheres jovens quanto adultas, com ou sem alterações de
peso. Manifesta-se, quase que exclusivamente, nos membros inferiores. Não
apresenta consistência típica, podendo ser firme ou flácida; ao exame de
palpação, percebem-se placas rígidas, pressão dos tecidos superficiais e
aspecto enrugado da pele. O tratamento estético pode ser o mesmo realizado para
a hidrolipodistrofia ginoide flácida,
tendo também, como enfoque terapêutico a drenagem linfática.
A nutrição tem um papel fundamental
no manejo clínico da hidrolipodistrofia, com o uso de macronutrientes, micronutrientes,
pigmentos vegetais e compostos difenólicos, atuando tanto nas causas, como nos
agravantes de tal transtorno; mas, a conduta nutricional deve ser individual e
especifica para cada caso, e portanto, procure um nutricionista habilitado em
nutrição aplicada à estética para avaliar o quadro e nesta avaliação nutricional
quantificar ou não a necessidade de suplementação, bem como considerar o
aumento do consumo de alimentos ricos em fibras, probióticos e simbióticos,
bioflavonoides, vitaminas B12 e B6, ácido fólico, triglicerídeos de cadeia
média, fitoestrógenos e silício.