Metabolismo dos
Carboidratos Durante o Exercício
Durante o exercício, tanto o aumento da disponibilidade de glicogênio
muscular antes, quanto a ingestão de carboidratos durante a atividade física
têm demonstrado uma melhoria no desempenho e exercício é um estímulo bastante
eficiente para a absorção muscular de glicose, sendo que o aumento de sua
duração e intensidade, em certo nível, é acompanhado pelo aumento da captação
de glicose. A distribuição de glicose e insulina para a contração do músculo
esquelético sofre um aumento durante o exercício, como consequência de um
grande aumento do fluxo sanguíneo, maior transporte de glicose e ativação das
enzimas glicolíticas e oxidativas, responsáveis pelo seu metabolismo. A
disponibilidade desses nutrientes também influencia na absorção do mesmo pelos
músculos durante o exercício. O aumento da concentração de glicose no sangue
resulta em maior absorção da mesma e maior disposição para a prática do exercício,
enquanto a sua diminuição pode limitar a absorção durante os últimos estágios
de uma atividade prolongada.
O aumento da
absorção de glicose pelos músculos é acompanhado pela maior liberação de
glicose hepática, de modo que a glicose sanguínea permanece em níveis acima ou
levemente acima dos níveis de repouso. Durante o exercício intenso, o grande
aumento da liberação de glicose hepática resulta em hiperglicemia; em
contraste, durante o exercício prolongado de intensidade moderada, a absorção
periférica de glicose excede a liberação hepática desse substrato, resultando
em hipoglicemia.
A amplitude do
aumento da liberação de glicose hepática é determinada pela intensidade e pela
duração do exercício. A maior parte da glicose liberada pelo fígado é derivada
do processo de glicogenólise; o declínio do glicogênio hepático durante o
esforço prolongado resulta na redução da glicose, já que a gliconeogênese,
embora sofra um aumento, é incapaz de compensar o processo de glicogenólise. Durante
as atividades de baixa intensidade, supõe-se que as alterações do nível
plasmático dos hormônios pancreáticos, glucagon e insulina e seus níveis
molares, são cruciais para o aumento da liberação da glicose hepática. O
glucagon é, provavelmente, mais importante durante o exercício prolongado e,
sabe-se que esse hormônio estimula a gliconeogênese hepática. Nos exercícios
mais intensos, os aumentos da adrenalina plasmática e da atividade simpática
exercem um importante papel, contribuindo para o aumento na liberação de
glicose hepática.
Metabolismo dos
Carboidratos após o Exercício
Após uma
atividade física que resulta em uma depleção significativa das reservas
endógenas de carboidrato, a restauração do glicogênio muscular é prioritária.
Na falta de ingestão de carboidratos, existe ressíntese mínima de glicogênio, e
máximos níveis são alcançados com uma ingestão relativamente alta e o mais rápido
possível após o exercício. Nos momentos mais precoces após o exercício (até 6
horas), a ingestão de glicose ou sacarose resulta na elevação dos estoques de
glicogênio muscular, portanto a ingestão de alimentos que contenham grandes
quantidades de carboidratos possui maior efeito na glicemia, contribuindo para
um aumento mais significativo dos estoques de glicogênio muscular do que os
alimentos pobres em carboidratos. A restauração dos estoques de glicogênio
muscular está intimamente ligada ao aumento relativo da sensibilidade de todo o
organismo à insulina, devido a depleção de glicogênio ocasionada pelo exercício.
Esse fato pode explicar os efeitos benéficos do exercício agudo e crônico pela
ação da insulina nos casos em que haja resistência a esse hormônio.