A importância da nutrição na
terceira idade
Os
primeiros registros de associação de alimentação à saúde datam de cerca de 2500
anos atrás. “Que o teu alimento seja o teu remédio e que teu remédio seja o teu
alimento” pregava o filósofo Hipócrates, pai da Medicina e pioneiro na
utilização de alimentos no tratamento e prevenção de doenças. Com o passar dos
anos, nosso organismo passa por diversas transformações. Para continuar com saúde
e disposição, prevenindo e tratando as doenças já instaladas, a alimentação é
um ponto fundamental. Sob o ponto de vista fisiológico, o idoso tem uma redução
de diversas propriedades do organismo. Além de alterações na dentição, que
dificultam a mastigação; e de locomoção, um obstáculo para a busca de alimento;
as funções digestiva, absortiva, gástrica e intestinal estão reduzidas. E ainda
com os baixos valores das aposentadorias, há a dificuldade de aquisição de
maior variedade alimentar, o que reduz as chances do indivíduo ter acesso a
todos os nutrientes necessários.
Em qualquer faixa etária, é
importante a atenção à variedade na hora das refeições. O prato típico
nacional, composto de arroz, feijão, carne, salada e vegetais, é um bom começo.
Na terceira idade, a receita não é diferente. Os idosos devem ter cuidado para não
restringir a alimentação a carboidratos, como pães e massas; e às formas
líquida ou pastosa, como as sopas. Embora mais fáceis de ingerir e preparar,
devem estar sempre acompanhados de frutas, verduras, salada e proteína. As proteínas são encontradas especialmente nas
carnes. Se houver dificuldade de mastigação, o leite, ainda que o de soja em
caso de intolerância à lactose; bem como peixes ou ovo, são ótimas fontes. No
caso dos legumes, para facilitar devem estar bem cozidos e macios. Quanto às
frutas e vegetais, podem ser ingeridos sob a forma de sucos.
E
é importante nesta fase da vida a orientação profissional, pois, assim como os
medicamentos, suplementos vitamínicos e alimentação devem ser consumidos a
partir de orientação de profissionais especializados. Isso porque a existência
de doenças crônicas é um fator relevante a ser considerado. A vitamina A, por
exemplo, é hepatotóxica. Sua suplementação não deve ser indicada para
portadores de insuficiência hepática. Diabéticos, hipertensos e portadores de
insuficiência renal ou cardíaca são outros exemplos que devem receber atenção
especial neste aspecto. O mesmo vale para os preparados de líquidos de fórmulas
nutricionais especiais para idosos, disponíveis em casas especializadas. Ainda
que voltados às carências típicas desse público, seu consumo tem seguir
indicação profissional.
Os
Familiares e os cuidadores devem estar sempre atentos aos hábitos alimentares
dos idosos, verificando quantidades e variedades ingeridas a cada refeição, bem
como sua freqüência. Em caso de visível perda ou ganho de peso repentino, é
necessária avaliação médica e do nutricionista para investigação das causas.
Muito mais que um sinal de alimentação inadequada, tais sintomas podem advir de
doenças graves. A depressão é outro problema freqüentemente refletido na
alimentação. A perda do cônjuge ou de pessoa próxima é um dos principais
fatores desencadeantes. Tendência ao isolamento e perda de apetite são alguns
dos sintomas.