Por que a obesidade tornou-se uma
epidemia mundial? Qual o impacto do estilo de vida?
Porque
a obesidade passou a ser considerada a mais importante desordem nutricional nos
países desenvolvidos e em desenvolvimento, e o aumento de sua incidência está
distribuído em quase toda a população mundial, em ambos os sexos. Ela é uma
doença complexa, que apresenta graves dimensões sociais e psicológicas, e que
afeta praticamente todas as faixas etárias e grupos socioeconômicos; a
globalização não só trouxe benefícios, trouxe também, os fast-foods, comida
barata, de pouca qualidade nutricional e repleta de gorduras. As pessoas estão
deixando de realizar atos simples, como subir escadas, jogar bola, andar de
bicicleta, levando a mudanças do estilo de vida. O Brasil não foge à regra e
esses dados são preocupantes, uma vez que há uma intrínseca associação entre
excesso de peso e morbimortalidade por doenças metabólicas, cardiovasculares
(DCV), hipertensão, doenças coronarianas e diabetes, e isto é resultado de uma
incompatibilidade entre os padrões dietéticos modernos e o tipo de dieta que
nossa espécie desenvolveu na pré-história.
A
obesidade pode ser definida como o acúmulo de tecido gorduroso localizado ou
generalizado, provocado por desequilíbrio nutricional associado ou não a
distúrbios genéticos ou endócrino-metabólicos. A definição de obesidade mais
utilizada é a baseada no Índice de Massa Corporal (IMC = Peso/Altura²), que
retrata o excesso de peso, porém sem definir exatamente o conteúdo corporal de
gordura ou de massa magra. Dessa forma, é de extrema importância a avaliação
rigorosa da anamnese e das medidas antropométricas, como altura, peso, IMC,
além da circunferência da cintura e quadril; uma das grande preocupações é a
adiposidade localizada na região central do corpo, especificamente no abdome,
e está associada a um maior risco
cariometabólico. Enquanto a Síndrome Metabólica (SM) é um transtorno complexo
representado por um conjunto de fatores de risco cardiovascular usualmente
relacionados à deposição central de gordura e à resistência à insulina; a OMS
preconiza como ponto de partida a avaliação d resistência à insulina ou do
distúrbio do metabolismo da glicose, o que dificulta a sua utilização, como
ponte de corte para a medida da circunferência abdominal, 102 cm para os homens
e 88 cm para as mulheres.