quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Diferenciação dos tecidos adiposos






Diferenciação do tecido adiposo:

            O processo de diferenciação dos adipócitos, denominado adipogênese, ocorre em 4 estágios. O primeiro estágio refere-se aos percursores mesenquimais, que são células multipotentes capazes de diferenciar em várias linhagens celulares, dentre eles, temos os pré-adipócitos, um tipo de célula já comprometido com a formação de adipócito, e tem morfologia parecida com fibroblastos. O próximo estágio, ocorre a ativação de genes específicos de adipócitos; por fim origina-se o adipócito maduro, o qual é caracterizado pela presença de grandes gotículas de lipídios rodeadas por uma proteína específica denominada pirilipina, como também, pelo fator de transcrição PPAR-γ, o hormônio leptina e o transportador de glicose GLUT-4. Com relação ao adipócito marrom maduro, o grande marcador da diferenciação terminal desta é a presença de proteína desacopladora mitocondrial UPC1.
            O processo de diferenciação de um adipócito depende da ativação de uma cascata de fatores de transição específicos, que desempenham papel chave na complexa de transcrição que ocorre durante a adipogênese.
            O PPAR-γ é membro de uma família de receptores nucleares, cuja atividade é necessária e suficiente para a adipogênese; que pode ser ativado por compostos sintéticos denominados tiazolidinedionas (TZD), os quais são usados clinicamente como agentes antiabéticos e o PPAR-γ uma vez ativado muda de conformação estrutural. Entre as moléculas coativadoras necessárias para ativar o PPAR-γ estão os receptores de esteroides (SCRs) e o PGC1-α.
            Outro fator de transcrição importante para a diferenciação de pré-adipócitos é o fator de transcrição C/EBP, onde a proliferação celular é cessada logo após o aumento da expressão do C/EBP- α que promove a ativação trasnscricional de muitos genes que codificam proteínas necessárias para o fenótipo do adipócito, como a proteína ligadora de ácidos graxos – conhecida como a P2 e a fosfoenol-piruvato carboxiquinase (PEPCK).
            A diferenciação das células mesenquimais em adipócitos requer não somente a indução de diversos fatores de transcrição, como descrito anteriormente, mas também a supressão de proteínas que atuam inibindo a adipogênese. Entre os clássicos fatores inibidores da adipogênese destacam-se as proteínas WNT e β-catenina. A ativação de WNT/β-catenina bloqueia a diferenciação dos adipócitos, enquanto sua inbição induz adipogênese, indicando que a sinalização por WNT deve inibir o desenvolvimento dos adipócitos.

Diferenciação do tecido adiposo marrom:

            Um coativador de transcrição que exerce importante papel na diferenciação do TAM é o PGC1- α, o qual é altamente expresso na gordura marrom, diferente da gordura branca, onde é pouco express. Esta proteína é uma das principais responsáveis pela ativação da biogênese mitocondrial e da termogênese na gordura marrom. Outra proteína descoberta que se mostrou essencial para a formação de adipócitos marrom é a PRDM – 16, ela promove a indução de genes mitocondriais, bem como específicos de gordura marrom; a sua ação decorre da interação direta com outras proteínas. De fato, a PRDM-16 é capaz de coativar a atividade transicional do PGC1-α e do PPAR-γ pela interação direta com essas proteínas.
            Outra molécula que se mostrou interessante em induzir a diferenciação de TAM foi a BMP-7, que é um poderoso indutor da diferenciação de TAM, o que resulta no aumento do gasto energético e na redução do ganho de peso.
            A capacidade de PRDM-16 e BMP-7 em ativar a diferenciação da gordura marrom tem feito com sejam visto atualmente como bons alvos moleculares para o desenvolvimento de medidas terapêuticas capazes de aumentar a massa de TAM.